sexta-feira, outubro 27, 2006

Pavimentos

Neste país atrasado e de obras infindáveis, algo há que ressalta à vista, não existe rua inteira que resista e consiga não ter um buraco, “Pedimos desculpa pelos incómodo, prometemos ser breves”, é muito provavelmente o cartaz mais espalhado por esse Portugal fora; estas obras seriam, supostamente, para melhorar a qualidade de vida, mas estou em crer que, uma rua sempre esburacada (seja para arranjar os esgotos, actualizar os canos da água ou do gás ou mesmo para por a TV Cabo) não vai facilitar a quem por ali passa…
Já alguma vez pensaram porquê que o conjunto daqueles cubos de pedra, que formam desenhos azuis em fundo branco, se chama “calçada à portuguesa”? A resposta é simples: só os Tugas é que gostam daquela merda; essa porcaria dá um trabalhão a por e só traz problemas, sempre que é preciso arranjar uma ruptura é preciso tirar uma infindável quantidade de cubos que é preciso limpar para recolocar, mas qual quê, o Tuga sempre que abre um buraco no passeio tapa-o com brita e encosta os paralelos à parede mais próxima, problema resolvido. Outro aspecto que me intriga é que é raro o passeio que não tenha a sua árvore no meio, será que o senhor que projecta isso nunca reparou que é bastante incomodo estarmo-nos sempre a desviar dos troncos, logo eu que pensava que o objectivo do passeio era não termos de andar na estrada… outro fenómeno curioso é que não há velhota que resista a andar na beira da estrada mesmo que haja passeio em óptimas condições, se bem que seja bastante raro, mas é tema para outras núpcias…
Estrada, não conheço, só vi pela televisão. Aliás, quando se inventaram as “Auto-estradas” não se chamou assim por acaso, aqui é tudo automático nem é preciso desviar das crateras… Uma estrada em Portugal que não se assemelhe a um troço de rali é algo de exótico, gostava até de perceber o porquê, visto que sempre que se alcatroa uma estrada, passado não mais de um mês, alguém se lembra que ainda não há na zona gás canalizado ou algo do género; aproveito para perguntar: mas porque carga d’água o raio do buraco fica sempre no sitio onde passa a roda?; nunca a acertar no meio do carro ou na borda para não incomodar, sempre um bocadinho deslocado para dentro e jamais ao nível do que estava, sempre um pedaço mais alto ou mais baixo, isto quando se dignam a repor alcatrão. E aquele fenómeno de por uma cana quando há um buraco na estrada, gente estranha…



Aproveito a embalagem e pedia a alguém que me explicasse o porquê de continuarem a empregar velhotas na limpeza das bermas quando já era tempo de colocar manilhas, visto estar provado cientificamente que as plantinhas têm um qualquer problema em crescer no cimento…