quinta-feira, julho 21, 2005

Os céus

Um gajo tem de morrer… mas o céu estica indefinidamente? Há já tantos anos que há gente que morre será que continua a existir espaço no Paraíso?
Pensa comigo, é prometido que à pessoa que se porta bem cá por baixo todo uma eternidade de prazeres aka “boa vida” na terra do Todo Poderoso… tipo … quem é que limpa aquilo?

Noutro ponto, se todos temos um corpo e uma alma, como é que as almas são feitas?! Será que ao fim de tantos milhares de anos o homenzinho que produz almas (ou seja o que for que as cria), já não estará a gerar réplicas? Existe espaço para tanta criatividade?
Estará no Paraíso feliz da vida eternamente a fazer almas? Serão mesmo feitas de quê?

Porquê que quando corre bem é graças a Deus, e quando dá merda a culpa não é Dele?
Quando uma força da Natureza arrasa uma cidade, quando um raio cai dos céus e limpa um sujeito, quando nasce um miúdo com tamanha deficiência que não chega a conhecer os pais, quando não chega a nascer porque o aborto à muito deixou de ser crime.

Se há ricos bons, pobres bons, se todos querem ser abastados… quem é que faz de empregado ali? Se os maus tiverem como penitencia ir para os céus servir os outros, não os enganarão para ficarem endinheirados? Tendo em conta que são malvados..

Por alma de quem (curiosa expressão) os defensores da doutrina aka padres têm que ser “pecadores escondidos”, todos sabemos que grande número deles ou papa mulheres ou criancinhas (não quero ir mais longe), todos sabemos que são (os Papas de séculos passados publicamente tidos como) gananciosos, dados a bens materiais. Porque há-de um padre poder ter acesso a álcool, tabaco, drogas se conseguir, aditivos portanto e não poder ir às putas sem que seja comentado? Não se percebe…

sexta-feira, julho 01, 2005

Para quem ainda não é cadáver

O viver trás implícito momentos de dor e sofrimento salpicados por outros de alegria e êxtase.
Passamos grande parte da vida a dormir, outro tanto à espera, mais um pouco a estudar/trabalhar, várias horas a suprir carências básicas, sendo dedicado uma ínfima parte da vida ao prazer.



Estamos 99% do tempo a realizar tarefas quase que autómatos, em que não pensamos ou simplesmente divagamos por ideias e/ou pensamentos irrealizáveis (meros projectos que não chegam a passar disso mesmo).

É uma luta permanente, no desejo insaciável de mais oásis de satisfação num deserto de futilidades, numa guerra em que perdemos a maior parte das vezes, em batalhas nas quais lutamos por ideais inexequíveis, é no entanto nas derrotas que descobrimos que há porque lutar, que existe razão de existir, que há uma explicação: vivemos para satisfazer carências; o cerne é a luta, pois aquando um objectivo atingido logo surge um outro mais audaz que urge ser tocado.
Vivemos pela luta e é na dor que sentimos estar vivos.